quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Kimana Kilimanjaro Game Reserve - no regresso a Mombaça

De 15 a 17 de Setembro de 2008 - Kimana Kilimanjaro, santuário de vida animal propriedade do African Safari Club, com pouco mais de 50 Km2. Fica situado no sopé do Monte Kilimanjaro, vizinho do Amboseli National Park e cerca de 1200 metros acima do nível do mar. Aterrámos por voltas das 11 horas. À espera do voo, já outro grupo se prepara para o regresso a Mombaça. À saída do avião e após as habituais boas vindas dadas pelo responsavel do Camp, somos conduzidos a um pequeno bus para inicio imediato do nosso primeiro safari. O Monte Kilimanjaro não está visivel, para onde quer que olhemos. A paisagem é árida e poeirenta, intervalando descampados secos com zonas de vegetação cerrada. O cenário, embora diferente de Masai Mara e mesmo do Tsavo, é bastante cénico, o que proporcionará excelentes fotos. O conforto do bus e o facto de já termos visto de tudo (afinal tinhamos tido a sorte de ver os Big Five), fez-nos relaxar e encarar aquele primeiro safari (bem como todos os outros que se seguiram) com uma total descontracção, sem grandes expectativas. Naquele resto da manhã e antes de sermos levados ao Zebra Lodge (um dos três lodges do ASC em Kimana - os outros são o Twiga Camp e o Leopard Lodge), pudemos observar um pequeno grupo de 3 bufalos, muitas girafas e antílopes, imensas avestruzes e javalis (kenia express, como lhes chamam por aqui), algumas águias e alguns abutres, atraídos por um cheiro forte a carne podre que se fazia sentir e só podia vir de um corpo grande em decomposição, que não conseguimos descortinar na vegetação cerrada. Chegada ao Zebra Lodge cerca das 13 horas, para um belissimo almoço, a que se seguiu uma tarde demasiado comprida, até a hora do 2º safari do dia, muito curto, entre as 17:30 e as 18:30.
O 2º dia, levantou-nos às 05:30, com o Kilimanjaro mais um vez escondido, para um safari madrugador, antes do nascer do sol. Como pontos altos, as 2 manadas de enormes elefantes, que cruzaram o nosso caminho na direcção do rio Kimana e a carcaça de um waterbuck (morto por uma chetaah, conforme apurou o nosso guia Babo pelas pegadas no solo, em redor do local) a ser comido por javalis (!!!). Regresso ao Lodge pelas 08:30, a tempo de um excelente breakfast na hippo pool , um pequeno almoço no meio do mato, junto ao rio Kimana, à distância de uma curta caminhada de alguns minutos desde o lodge. No local, verdíssimo, em companhia de hipopotamos e alguns crocodilos dissimulados nas águas calmas do rio, fomos encontrar 2 mesas preparadas para nos receber e uma outra, maior, de apoio aos cozinheiros, onde nos foram preparadas a gosto, omoletes e crepes recheados, salada de frutas, café, leite, sumos e ... champagne, tudo isto com serviço de 1ª classe, com direito a brinde, sob a protecção atenta do guarda masai.
O 2º safari do dia, aconteceu a partir das 10:30 e foi até as 13:00. Oportunidade para o Babo nos conduzir até um centro de recolhimento e reabilitação, a poucos minutos do lodge, onde 3 jovens leões aguardam a sua oportunidade de serem devolvidos à vida selvagem. Estes leões foram capturados em Masai Mara com apenas 1 semana de vida, após a sua mãe ter sido morta pelos masai. Resgatados por um jovem masai, foram depois entregues aos cuidados de um orfanato em Nairobi que cuidou deles até completarem 1 ano de idade, altura em que foram enviados para Kimana. Hoje com 4 anos, estão prestes a ser reintroduzidos no mato, sob a vigilância dos seus tratadores, pois, embora conhecendo já o sabor da carne selvagem, não estarão ainda aptos para matar as suas próprias presas. Da parte da tarde, depois das 17:30, um curto safari de 1 hora foi suficiente para verificarmos que o esqueleto do waterbuck estava praticamente limpo de carnes. Ainda antes do regresso ao Lodge, visitámos o local que serviu de acampamento de caça ao jovem Hemingway, sob uma larga sombra de arvores frondosas e com vista para o Kilimanjaro, hoje baptizado de Museu Hemingway, expondo diversas ossadas de diferentes espécies.
No 3º dia saímos pelas 06:00 e finalmente o Kilimanjaro mostrou-nos, ao de leve, o seu cume nevado e o esbatido contorno da sua altitude, por breves mas desfrutados 30 minutos, até pouco depois do nascer do sol, escondendo-se logo a seguir, atrás da habitual neblina da região. Antes do regresso para o pequeno almoço, encontrámos as ossadas do waterbuck em operação de rescaldo final e sob a forte disputa de um bando de grandes abutres.
Às 08:30 estávamos de volta ao lodge para mais um excelente breakfast. O voo de regresso a Mombaça estava inicialmente previsto para as 10:30, mas fomos informados ainda durante o pequeno almoço de um atraso operacional e que por esse motivo haveria ainda tempo para um safari extra, depois das 10:00. Mas foi já sem o entusiasmo habitual que saímos mais uma vez para este ultimo safari. O Babo ainda tentou de tudo para nos mostrar a "sua" chetaah. As pegadas e os sinais que buscava incansável, acabaram por não dar qualquer resultado, no entanto. Explicou-me, que na região não havia muitos felinos, restavam algumas chetaahs e os leões haviam sido afastados ou mortos pelos masai, ao longo do tempo.
Finalmente, o regresso a Mombaça, cerca das 17:30, um voo com destino ao pequeno aeroporto de Bamburi, a uns meros 20 minutos do nosso hotel na praia.
 
 

Sem comentários: